Thursday, August 31, 2006

Arbeit Macht Frei (O trabalho liberta)

É esta a inscrição que está por cima do portão de entrada daquele que foi o maior local de extremínio de seres humanos ao longo da história da humanidade.
Auschwitz-Birkenau foi um dos campos de concentração usados pelos Nazis alemães para aniquilar Judeus, Ciganos, Homossexuais, e outras tantas pessoas que não se enquadravam no ideal da raça ariana.
Quando, em 1942, o comboio parava na estação terminal para milhões de pessoas, militares da SS Gestapo separavam homens, mulheres e crianças, para que, entregues à sua sorte, tentassem sobreviver, o ar que se respirava era o ar adocicado nos corpos que ardiam nos crematórios, espelhado no fumo negro que saía da imponente chaminé que rompia as núvens.
Vacilar podia significar, e quase sempre era assim, uma visita sem retorno aos "chuveiros", que em vez de água, "desinfectavam" os corpos esqueléticos com gás Zyklon B, fatal.
As vozes dos militares cegavam de medo aqueles que nunca se puderam defender. As cercas eléctricas faziam vislubrar o mundo lá fora, que muito pouco fez para acabar com as atrocidades realizadas.
Às 4 da manhã, por exemplo, entravam os Kappo ( responsáveis pelas casernas), mandando formar fila, na rua, por vezes sob uma temperatura que chegava a ser negativa, apenas pela diversão de ver quem aguentava mais tempo. Passadas horas de puro terror, alguns corpos sucumbiam ao cansaço, e rapidamente eram atirados para a morte, sem dó nem piedade.
Parágrafos inteiros sobre a história do holocausto poderiam ser escritas, como já foram.
Nada poderá nunca encher o nosso imaginário daquilo que foi realmente a realidade dos campos da morte, e da terrível política nazi.
Tudo se resume à morte de inocentes, e após tanta propaganda para que tal genocídio jamais aconteça de novo, todos os dias chegam até nós relatos de milhares de pessoas inocentes que perecem por causa de uma ou outra guerra.
Porque Auschwitz continua a ser repetido, diariamente, em todos os cantos do mundo, a placa Arbeit Macht Frei só faz sentido se todos nós começarmos realmente a trabalhar, para libertar o mundo de todas as injustiças.

2 Comments:

At 6:50 AM, Blogger Hugo Lourenço said...

Se as pessoas conseguissem compreender o mal que fazem umas as outras, talvez não existisse discriminação.

Somos talvez muito egoistas para perceber e aceitar o outro tal como ele é, e levamos as badeiras da ideologia e principios como estandarte, sem perceber que ele não nos defende, nem nos dá um status, nem tão pouco nos torna melhores. Tão somente destrói outras pessoas.

Enfim.
É o mundo que temos*Good Post

Beijinhos

 
At 12:51 PM, Blogger Marisa Teixeira said...

Adorei o texto...arrepiei-me.
Assusta parar um pouco e pensar na maldade que existe dentro de certos seres humanos.
Tenho medo dos Homens.

*****

 

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